Concerto de Encerramento da Época Coral
Grupo Coral dos Pimpões
Cantares de Manhouce
Sábado, 21 de julho de 2012, às 18:00 horas
no Auditório dos Pimpões
Em 1938, a propósito do concurso da “Aldeia mais Portuguesa de Portugal” (título ganho por Monsanto, mas que Manhouce disputou até ao fim), foi fundado o Rancho Folclórico de Manhouce, que apresentou ao júri do referido concurso algumas das danças tradicionais da sua terra. Este grupo manteve uma atividade regular até aos anos 60, mas a partir desta época sofreu também ele as consequências da forte emigração verificada na região. Com falta de elementos para a dança, esta acabou por desaparecer, ficando apenas os Cantares. E é este o grupo que, atravessando fases de maior ou menor entusiasmo, se tem mantido ininterruptamente ativo na divulgação do reportório e das formas tradicionais de cantar e tocar do Maciço da Gralheira (concelho de S. Pedro do Sul), atingindo talvez o seu maior reconhecimento público a partir de 1978, durante o período em que Isabel Silvestre ajudou a projetar o seu nome para além das fronteiras regionais.
O Grupo de Cantares de Manhouce interpreta as músicas tradicionais ao estilo próprio da sua região, a 3 vozes (baixo, raso e riba), por vezes a capella, mas mais frequentemente com acompanhamento de instrumentos tradicionais (cavaquinho, viola beiroa, violão, bandolim, concertina e “acórdio”). Para além das suas atuações ao vivo por todo o país e no estrangeiro, gravou os discos Cantares da Beira (1982), Aboio (1984), Cânticos Populares Religiosos (1985) e Vozes da Terra (1990). Em 2012 editou o CD Mestre António Silva, prestando assim uma justa e merecida homenagem àquele que foi o seu fundador e responsável artístico até ao seu falecimento, em 2010. António Silva esteve na origem do Rancho Folclórico, da Tuna e dos Cantares, e criou ainda algumas composições originais que foram pela primeira vez registadas neste trabalho discográfico. E sobretudo, como o próprio escreve numa Autobiografia na 3ª Pessoa, “(…) com mais ou menos dificuldades nem uma única vez perdeu de vista o pedido que lhe tinha feito o Senhor Serafim Costa, impulsionador da música da região, em 1968, já no seu leito de morte: ‘Nunca deixes morrer o Folclore de Manhouce’. Foi o que tentou fazer toda a vida”.